O essencial a saber sobre a partitura "La Fantaisie"
O duo violoncelo-harpa permanece uma formação rara mas cativante, onde o canto caloroso do violoncelo encontra o brilho e a flexibilidade da harpa. Esta aliança, por muito tempo menos explorada pelo repertório, abre contudo um vasto campo de expressões tímbricas e de cores. Ao apropriar-se desta combinação, Benoit Wery inscreve-se numa abordagem de valorização da música de câmara apostando no equilíbrio dos papéis e na complementaridade dos registos, do cantabile profundo às texturas harmónicas aéreas.
"La Fantaisie" foi concebida para colmatar uma lacuna no repertório e oferecer aos duos violoncelo e harpa uma peça moderna, livre e inspiradora. Fiel ao espírito da forma, a obra privilegia a liberdade de desenvolvimento, a elasticidade das transições e uma grande respiração musical, alimentada pelo gosto do compositor pela improvisação. O violoncelo aí despliega a sua sonoridade quente e generosa, enquanto a harpa, ora acompanhante ora parceira igual, esculpe o espaço com motivos, apoios harmónico-rítmicos e cores delicadas.
A peça enfatiza o diálogo e a escuta: frases em resposta, passagens líricas, contrastes dinâmicos e jogos de timbres estão no coração da interpretação. A liberdade formal permite aos músicos afirmarem a sua personalidade, trabalharem as nuances, o rubato e o equilíbrio dos planos sonoros. Ideal para enriquecer um programa de música de câmara, "La Fantaisie" é adequada tanto para um recital intimista como para um contexto de concerto onde se deseja valorizar a gama expressiva deste duo.