Jobert PARAY P. - LES OEUVRES COMPLETES POUR PIANO

Disciplina / Instrumento: piano
Gênero: Clássico
Mídia: Partitura
Número de páginas: 184
Data de publicação: 24/06/2010

Sumário

Scherzetto - Tarantela - Valsa em fá sustenido menor - Valsa-Capricho - Allegretto - Valsa em fá menor - Sobre o mar - Teimosia - Vertigem - Canção de ninar - Romance - Retratos de Crianças - Impromptu - Incerteza - Valsa sobre um Tema de Schubert - Impressões (Nostalgia, Clareira, Primesaut) - Reflexos Românticos (Com espírito e charme, Ardentemente, Sonhando, Com paixão) - Prelúdio em fá menor - Scherzo - Allegro - Tema e Variações - De uma alma... - Peça para piano a quatro mãos - Prelúdio em mi bemol menor - A Verdadeira Furlana

Nota

Entre as primeiras peças escritas por Paul Paray, ainda adolescente, está o Scherzetto para piano de 1903, uma obra que impressionou tanto o famoso organista parisiense Henri Dallier, então de férias na cidade balneária de Tréport, cidade natal do jovem compositor, que ele decidiu apadrinhá-lo e convenceu seus pais a enviá-lo ao Conservatório de Paris para completar sua formação.
A música para piano foi uma constante durante todo o período em que Paul Paray trabalhou na composição, inicialmente com as obras de seus anos de estudo em Paris (1904-1908), depois aquelas inspiradas por sua estadia em Roma após ter conquistado o primeiro Grande Prêmio de composição, em 1911. A suíte De uma alma..., contemporânea ao seu Quarteto de cordas, foi concebida enquanto ele esteve prisioneiro de guerra em Darmstadt (out. 1914 - nov. 1918). O Prelúdio em mi bemol menor, escrito em 1930, constitui sua última criação para este instrumento.
O presente volume reúne a totalidade das obras para piano solo (mais uma para duo), muitas das quais nunca haviam sido publicadas. No entanto, não inclui as reduções para piano das obras orquestrais do compositor, sejam elas escritas por ele mesmo ou por outros, nem a parte de piano solo de sua Fantasia com acompanhamento orquestral, também publicada pelas Edições Jobert.
Entre as peças que podem ter sido escritas e perdidas, ou que Paul Paray concebeu mentalmente sem transcrevê-las no papel, destacam-se Três Intermezzi (Claustro, Trotte-menu, Capricante), Anedota, Impertinência, Coquetaria. Uma segunda série dos Reflexos Românticos, incluindo Flexível, Leve, Terno, Energético, foi anunciada pelo editor, mas nunca publicada, e talvez nunca tenha sido composta.
Ao preparar estas obras para publicação, propus indicações de tempo onde faltavam nas partituras do compositor. Elas podem ser encontradas sob a forma de marcas metrônomicas entre colchetes [ ].

Eduard Perrone


Ao descobrir a totalidade das obras para piano solo compostas por Paul Paray, fiquei inicialmente surpreso com o vasto panorama de sua linguagem musical. Manifestamente, ele foi um pianista realizado antes de se tornar um maestro internacional.
Era uma terra totalmente nova a ser desbravada, esta coleção de peças tão diversas em gêneros, formas, estilos e técnicas de composição. Ficou claro para mim que Paul Paray, como jovem compositor que era na época, usou este meio pianístico para buscar sua própria voz, e não se pode deixar de se impressionar com a amplitude de seus recursos expressivos. Certamente, sente-se uma real admiração por Fauré, mas isso nunca o leva a uma imitação estrita. A música de Paray é muito francesa em espírito e estilo, mas resquícios da Idade Média também podem ser ouvidos aqui e ali. Em alguns momentos, ela me remete a certas telas de Dante Gabriele Rossetti, ou ao rubor nas faces dos anjos nas pinturas do final do Renascimento. Paray experimenta o impressionismo (Sobre o Mar), o humor seco de um Chabrier (Allegro), mas sempre mantendo uma autêntica pureza de inspiração. Ouvir estas obras juvenis é, portanto, uma espécie de desafio para o ouvinte, na medida em que não possuem antecedentes rigorosamente identificáveis. Minha curiosidade logo se transformou em entusiasmo ao descobrir um compositor de tão alta qualidade. A grande maioria dessas peças foi escrita por volta de 1913, e talvez sejam as melhores. Depois, tudo para pouco depois da Primeira Guerra Mundial. Muitas vezes me perguntei qual direção sua música teria tomado se sua carreira de maestro não tivesse encerrado prematuramente sua trajetória como compositor. Mas o que sei é que penetrar no universo musical de Paul Paray é acreditar no poder de elevação espiritual de uma vida totalmente dedicada à arte da música.

Flavio Varani