Jobert PEPIN CAMILLE - INDRA - HOMMAGE A LILY BOULANGER - VIOLON & PIANO
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Jobert PEPIN CAMILLE - INDRA - HOMMAGE A LILY BOULANGER - VIOLON & PIANO
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Quando Claire Bodin [1] me propôs escrever uma peça em homenagem a uma compositora do passado, escolhi homenagear Lili Boulanger (1893-1918). Compositora e orquestradora excepcional, ela também era uma mulher muito bonita, generosa e corajosa, atuando na retaguarda para civis e soldados mobilizados durante a Primeira Guerra Mundial – e isso apesar da doença e sem nunca deixar de compor. Primeira compositora a ganhar o Grande Prêmio de Roma em 1913, ela abriu um caminho até então não reconhecido para as mulheres. Seu sucesso ilumina a presença feminina em um campo até então "reservado" exclusivamente aos homens. Homenagear Lili Boulanger é não apenas homenagear a incrível mulher e musicista que ela foi, mas também esse caminho que ela abriu para as compositoras das gerações futuras.
Escolhi escrever uma peça inspirada na mitologia hindu, em homenagem à sua Velha Oração Budista concluída em março de 1917. Indra será assim criada em março de 2017 – cem anos após a concepção da obra de Lili Boulanger! Indra é o deus da guerra e da tempestade. Seus atributos são o raio e o arco-íris. Dotado de poderes mágicos, Indra enfrenta a serpente Vrtra que retém as águas celestes, fazendo o mundo sofrer uma grande seca. Indra a combate e libera as águas do céu ao transpassar as nuvens. Esse é o mito que me inspirou. Tive vontade de escrever uma peça rítmica, poderosa e enérgica, para homenagear a força e a coragem de Lili Boulanger como mulher artista. Homenageá-la hoje sem levar em conta sua condição de mulher é um luxo que ainda não podemos nos permitir. Além disso, pareceu-me natural escolher esse tema cheio de vigor para esta obra dedicada à pianista Célia Oneto Bensaïd e à violinista Raphaëlle Moreau, que farão a estreia.
Todo o desafio desta obra era representar essa força e essa vontade: como transmitir essa vivacidade e essa fúria da tempestade – dessa luta – com apenas dois instrumentos? Concebi assim uma peça que alterna episódios nervosos e pulsantes – guerreiros – com episódios mais leves e dançantes – vivos, aéreos. Busquei sonoridades marciais pensando verdadeiramente a obra de forma "orquestral", com chamadas de cornos ou ainda golpes de bombo. Um breve episódio com cores de flauta sobre um tapete cintilante de harpa – mágico e incantatório – lembra os poderes mágicos de Indra antes de retomar a nervosidade e o pulso iniciais.
Camille Pepin
[1] Diretora artística do festival Presenças Femininas